quarta-feira, 2 de maio de 2018

Infecção💉

Por Juliana Probst

✔Como visto no estudo de caso o paciente relata que o profissional da saúde encostou na fratura sem luvas, uma porta de entrada para bactérias.  Combinado com tempo de espera para ser atendido, pode provocar uma infecção óssea. Após um mês o paciente procurou ajuda médica, já que estava com dor latejante, região com avermelhada e quente. Após resultado do exame de sangue, notou-se alteração nos leucócitos (glóbulos brancos), que são células de proteção contra microrganismos, o que indicava infecção óssea. Caracterizada pela invasão de microrganismos e multiplicação do mesmo no organismo, nesse processo as células de defesa tentam combater os microrganismos. A invasão desencadeia no hospedeiro, uma serie de reações do sistema imunológico, afim de defender o local afetado resultando geralmente em inflamações.  

Figura 4 – Paciente AVS. Radiografia com sinais de osteomielite crônica da tíbia, fratura patológica (A) e não consolidação após seis semanas (B). Transformação maligna da úlcera em carcinoma espinho-celular (C).  
Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-4-Paciente-AVS-
Radiografia-com-sinais-de-osteomielite-cronica-da-
tibia-fratura_fig4_308957131. Acesso em abr 2018
OSTEOMIELITE 
✔Trata-se de uma infecção óssea geralmente causada pelo staphylococcus aureus, podendo ser sub-aguda ou crônica. Costuma afetar ossos longos, como das pernas e braços. De modo que a situação do paciente piorou em um período de um mês, os sintomas refletem a uma osteomielite crônica, que na maioria dos casos acontece através de complicações das fraturas expostas ou de contaminação cirúrgica. 
Deve ser feito o exame laboratorial para ter de confirmar o quadro infeccioso e iniciar o tratamento.
TRATAMENTO. Deve ser feito feito a antibioticoterapia intravenosa durante 3 a 6 semanas e complementação por via oral por três a seis meses, no caso de lesões desenvolvidas. Em casos de infecção crônica, recomenda-se a remoção cirúrgica do tecido ósseo necrosado, como o paciente do caso. Devido a infecção muito avançada, foi necessário remover o osso e colocar um enxerto ósseo extraído da bacia para preencher o local. O tratamento com antibióticos deve continuar por mais três semanas após a cirurgia. 
Disponível em: http://anatpat.unicamp.br/lamosso1.html. Acesso em abr 2018. 












PSEUDOARTROSE
Processo no qual uma fratura não consegue se consolidar no tempo esperado. A formação de uma pseudartrose pode ser definido com base na ausência de uma consolidação óssea completa em determinado período, geralmente 6 a 8 meses, mas essa é uma definição não concreta.
No nível celular, a pseudartrose ocorre quando o processo de reparação se estabiliza. O tratamento cirúrgico pode complicar ainda mais o diagnóstico, em razão de quebra ou ausência do material de síntese na presença da patologia. 
✔As características da lesão original, a capacidade (ou incapacidade) do paciente para gerar uma resposta de cura normal a sua lesão em particular, o ambiente mecânico/biológico criado pelo método terapêutico escolhido e a presença ou ausência de uma infecção associada estão entre os fatores que podem influenciar a velocidade e a probabilidade de uma consolidação descomplicada e apropriada da fratura. 
✔A perda óssea relacionada a uma fratura exposta ou resultante de um procedimento cirúrgico, é um possível precursor de pseudartrose. A doença está associada as fraturas expostas sendo, uma porta para a contaminação bacteriana e a possibilidade de infecção. 
✔As fraturas podem se consolidar com uma infecção, mas esta pode retardar este processo de consolidação, e uma osteomielite não controlada pode inibir a fixação normal da fratura. Foi o que aconteceu com o paciente relatado no estudo de caso, estava com osteomielite unido do desenvolvimento de pseudoartrose, sendo assim impossível a consolidação normal da fratura.

CICATRIZAÇÃO DA PELE
O processo de cicatrização tem por finalidade a cura das feridas e é divido em três fases: inflamatória, proliferativa e de remodelação.
FASES DA CICATRIZAÇÃO. Disponível em: http://saudecelulahumana.
blogspot.com.br/2016/09/fibroblastos-e-seu-papel-na-
regeneracao.html. Acessado abr 2018
✔Na primeira fase ocorrem hemostasia, migração de leucócitos e início rápido de reparação tecidual e em resposta a fatores inflamatórios, há diminuição da circulação sanguínea pela vasoconstrição. Plaquetas são ativadas pelas substâncias da matriz extracelular que envolve o endotélio, fazendo com que tenha início os processos de adesão e agregação celular. Ao mesmo tempo, o fibrinogênio sérico é clivado pela trombina resultante das vias de coagulação, formando monômeros de fibrina que se polimerizam pela ação do fator XIII, para que, junto com plaquetas, forme-se um tampão hemostático e não haja mais perda de sangue. Durante este processo, em resposta a produção endotelial de eicosanoides e leucotrienos, há um aumento progressivo da permeabilidade vascular às células migrantes e substâncias biologicamente ativas. Deste processo surgiram elementos essenciais para a continuação fisiológica da cicatrização: um arcabouço de fibrina, necessário para a migração das células que chegarão, e os primeiros fatores de crescimento com atividade. Estes últimos são polipeptídios secretados na ferida que podem ter como função estimular ou inibir a síntese de determinadas proteínas, além de atuarem na ativação e migração de células. Ainda no processo inflamatório ocorre a migração de neutrófilos dos vasos sanguíneos para a ferida que será mediada pela ligação a selectinas super expressas de endotélio ativado. Subsequentemente monócitos se infiltrarão em resposta a impulsos semelhantes aos de neutrófilos, e se diferenciarão em macrófagos. Os neutrófilos irão remover partículas como, bactérias e tecido morto do local da ferida.
Segunda parte do processo de cicatrização é a etapa de proliferação caracterizada por fibroplasia, angiogênese e reepitelização. Na fibroplasia acontecera o processo de migração e proliferação dos fibroblastos, que são células fusiformes com núcleo elíptico, constituem o maior número de tecido conjuntivo. São importantes na secreção de proteoglicanos, fibronectina, elastina, lamininina e colágeno. Nesta fase de migração e aumento de fibroblastos se atribuirão a partir das margens livres da ferida e de células mesenquimais. Estes fibroblastos possuem capacidade de se retrair e se expandir, assim movimentando-se pela ferida. Durante a movimentação ocorre a deposição de fibronectina sobre a estrutura de fibrina. A nova estrutura de fibronectina é denominda de fibronexus. Dessa forma começa a deposição de colágeno na ferida que se ligará a fibronectina. Simultaneamente ocorrera a formação de novos vasos que são característicos do tecido de granulação, e tem por finalidade nutrir e oxigenar os tecidos de crescimento.
A reepitelização tem a missão de reestruturar as funções da epiderme que foram perdidas com a ocorrência da lesão: proteção mecânica, regulação de temperatura local, defesa contra microrganismos e barreira hídrica. Ela devera reestruturar os estratos de queratinócitos: basal, espinhoso, granuloso, lucido e córneo, que dispõe de quantidades crescentes de queratina e, na pele íntegra, entram em processo de apoptose nas duas últimas camadas.
CICATRIZAÇÃO ÓSSEA. Disponível em: http://destilamente.com/
entretenimento-e-noticias/como-funciona-colagem-ou-seja-
calcificacao-osso-sangra-fraturas/
. Acesso em abr 2018.
Remodelação, terceira e ultima fase de cicatrização, neste processo ocorre a mudança do tipo de colágeno, colágeno tipo III, mais abundante do que o colágeno tipo I. juntamente com a substituição do colágeno, ocorre alteração em sua organização, a qual muda de fibras paralelas dispostas aleatoriamente para entrelaçadas e organizadas ao longo das linhas de stress.
Ao final da primeira semana após o surgimento da ferida, ocorre a restauração de 3% da resistência de toda a pele, terceira semana 30% e três meses 80%. O que resulta na diminuição da deposição de colágeno, do número de ligações cruzadas feitas entre monômeros desta substância e de mudança do tipo III para o I.


CICATRIZAÇÃO DO MÚSCULO
O processo de cicatrização do músculo é muito parecido com a cicatrização óssea, a diferença entre ambas é que no músculo ocorre um processo de reparo, enquanto no tecido ósseo ocorre um processo de regeneração. Para ocorrer à cicatrização devem ocorrer três processos: destruição, reparo e remodelação.
1. Destruição: definido pela ruptura e formação de um hematoma e inicio de uma reação inflamatória.
2. Reparação: consiste na fagocitose do tecido necrótico na regeneração das miofibrilas, e formação de tecido cicatricial, assim como constituição vascular e crescimento neural.

3. Remodelação: processo em que ocorre a maturação das miofibrilas regeneradas, de contração e reorganização do tecido cicatricial e recuperação funcional do músculo.



Referências💭

Alteração Leucocitária. Disponível em: https://www.tuasaude.com/leucocitos/. Acesso abr 2018.
Infecção. Disponível em: https://www.infoescola.com/doencas/infeccao/. Acesso abr 2018.
Osteomielite. Disponível em: https://www.portalsaofrancisco.com.br/saude/osteomielite. Acesso abr 2018
Fraturas em adultos de Rckwood e Green. 7. São Paulo Manole 2013 1 recurso online ISBN 9788520447659. Acesso em abr 2018
Processo de Cicatrização Muscular. Disponível em: https://unicfisio.wordpress.com/2015/07/13/processo-de-cicatrizacao-muscular/. Acesso abr 2018
Isaac C, Ladeira PRS, Rego FMP, Aldunate JCB, Ferreira MC. Processo de cura das feridas:cicatrização fisiológica. Rev Med (São Paulo). Acesso abr 2018. 




2 comentários:

  1. Como é dividido o processo de cicatrização? E como ocorre cada uma dessas fases.
    Stéfanie Osterer

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    1. O processo de cicatrização é descrito em três fases. Na primeira ocorre inflamação, devido a formação de um coagulo e a atividades de substancias biologicamente ativas como prostaglandinas, serotonias e fator de crescimento derivado das palquetas. Ocorre a liberação de histamina aumentando a permeabilidade dos capilares, gerando edema na região lesada. Os neutrofilos irão eleiminar particulas estranhas no local. Os mastocitos irão fagocitar as bacterias do tecido lesionado, e auxialiarão no processo de reparo.
      Após a inflamação coemça a fase de proliferação, os fagocitos migram para a area lesada e forma tecido de granulação, o que determina o acumulo de substancia basal e de colageno, preparando para a reconstrução dos tecidos danificados. Forma-se uma nova camada epidermica, reduzindo o tamanho da ferida, processo chmado de contração da ferida. Essa fase pode levar alguns dias para aperecer e pode durar três semanas.
      A ultima fase é a fase de maturação ou remodelagem, ao qual o tecido de granulção é substituido pelo fibroso, quando o colageno e os fibroblastos se realinham, tentando adaptar a função do tecido original. Ele inicia duas semanas após a lesão, e pode continuar por meses ou até anos.

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